Continuando a série de artigos sobre coloração, e em agradecimento as 1.062 visitas que tive até a presente data por internautas que pesquisavam sobre o tema e achando-o no meu blog uma resposta, falarei da mais misteriosa, desconhecida, esquecida, rejeitada, incompreendida e poderosa, cor marrom.
Quando visualizamos os círculos cromáticos não vemos esta cor. Muitos devem até se perguntar: - De onde vem a cor marrom?
A única origem que posso falar com notório saber mediante prática, é sobre sua origem nos pigmetos sólidos e líquidos do sistema RYB ( vermelho, amarelo e azul) clássico dos que praticam desenho e pintura.
Esta transmultadora cor é o primeiro tom terciário da família cromática. Filha da mistura em proporções uniformes do amarelo, vermelho e azul. Desta mistura surge, contrariando a luminosidade dos matizes básicos, um opaco e denso tom marrom tipo chocolate. E surge assim derivado desta, uma família de cores enorme e bem particular.
Se acrescentarmos a essa mistura uniforme marrom mais pigmento amarelo, surgirão tons ocres como as madeiras de fibras macias, amarelo palha, tons dourados como o do trigo, cor de algumas argilas; acrescentando branco surgirá tons suaves como os naturais, areia, crú, bege e creme.
Se acrescentarmos a essa mistura uniforme mais pigmento vermelho, surgirão tons terrosos, como os tijolos das antigas construções, os telhados das casas coloniais, as cerâmicas terracota, vermelhos densos surgirão como os tons como o vermelho sangue, cores como as das madeiras de lei: mogno, pau brasil, jacarandá. Belos tons púrpura surgirão. Vermelhos apetitosos você verá!
Se acrescentarmos a essa mistura uniforme mais azul, veremos o marrom na sua densidade absoluta: ideal para representar as sombras naturais que vemos quando algum objeto abre um buraco na malha de fotons, interrompendo a trajetória da luz. Surgirão também tons terrosos como os dos rochedos das montanhas, como as cascas das árvores antigas. Belos tons castanhos para representas pêlos e olhos. Azuis densos com a noite surgirão se explorarmos bem essa paleta.
E um universo de possibilidades surgirão nessas misturas!
Acrescentando mais azul e amarelo ao marrom terciário original, minimizando o vermelho, nascerá lindas paletas de verdes naturais, verde lodo, verde musgo, verde cana-de-açúcar, verde bambú, as cores mais densa de todas as folhagem!
Acrescentando mais amarelo e vermelho, minimizando o azul, abrirá o tons alaranjados dentro do marrom terciário matriz, cores densas e vibrantes tornar-se-ão visíveis aos olhos!
E por fim, neste acréscimo de duas primárias ao marrom, o azul e vermelho para minimizar o amarelo, surgirá a paleta de roxo à marrom com tons púrpura-roxo e cor de vinho.
No programa Corel Draw X3 acima da barra de cores na sua lateral direita, há um ícone que é, para mim, um quadrado branco com dois quadradinhos pretos, duas linhas horizontais paralelas e um triângulo isóceles no canto.
Clicando nele, abrirá uma caixa com um menu relacionado diretamente as cores. Você poderá escolher entre paletas RGB ou CYMK, por exemplo. Mas falo deste ícone para que quem quiser visualizar de maneira mais completa os tons de marrom e sua vasta gama de cores. Coloque o mouse acima da palavra paleta e ao surgir outro submenu, clicar na palavra abrir....
Abrirá uma caixa chamada Abrir Paleta. Na segunda pasta intitulada Palletes está o nosso tesouro! Você acessará TODAS as paletas disponíveis do programa. Dentre elas há várias paletas de variação de tons marrom tanto na pasta RGB quanto na pasta CYMK. Em ambas pastas há uma subpasta chamada Natureza. Nela há belíssimas cores de marrom. Algumas destas paletas são: areia, barro, montanha, outono e terrestre. Tanto na pasta RGB quanto na pasta CYMK, você encontrará outra subpasta chamada Pessoas. Nela há outras paletas de cores de marrom; uma bem especial só com tons marrom é a Paleta Pele!(vale a pena "garimpar" dentro do Corel!)
A cor marrom, como podemos observar é uma cor bem peculiar, por isso não está nos tons básicos e nem nos matizes primários de tons e semitons. O marrom é o primeiro tom terciário de dele abre-se os tons quaternários.
Ao observar a Natureza, veremos que esta discreta cor é a mais predominante do que percebemos nas composições imagéticas naturativo orgânico.
Nas composições figurativas, aconselho usar de forma gradativa o tom de marrom mais similar ao matiz predominante da figura para sombrear. A cor preta pode deixar as sombras muito fortes e anti-naturais, ou dar um aspecto sombrio a coloração.
Segundo a classificação cromática o marrom é uma cor neutra como o preto e o branco; e misturado a estas veremos mais tons de marrom do que os que ilustram este texto acima. E misturando preto e branco a cada tom de marrom que nascem da mistura quaternária e das submisturas destas, teremos um universo de cores!
Todos nascidos deste transmutador sétimo tom: marrom!