domingo, 23 de dezembro de 2012

Mesa de Luz Profissional Criativo LED

Embalagem da Mesa de Luz Profissional Criativo LED.
 Uma das artes da embalagem é de Alexandre Jubra.
         
         Depois de muito trabalho, parte do meu pagamento investi em material (isto é essencial para todo e qualquer profissional independente de área de atuação). Adquiri no site ArtCamargo uma mesa de luz da Criativo LED tamanho A3. A compra foi efetivada com sucesso! Dias depois, Jéssica do atendimento da ArtCamargo telefonou para mim, super atenciosa, para confirmar meus dados e comunicar o envio do meu pedido; pedido este que chegou no prazo previsto e anunciado no site.

Visão interna da embalagem
        
            Quando recebi foi uma alegria enorme para mim porque a minha curiosidade era grande. Possuo uma mesa de luz, mas era específica para animação; fiz algumas adaptações e a utilizava para trabalha como arte finalista. Vantagem: mesa para animação possui uma ferragem de aço com corrente semelhante à de bicicleta, acoplada num disco de madeira que possibilita girar 360° o desenho. Desvantagem: sua área de iluminação possui tamanho A4, o que não permite trabalhar em papéis com dimensões maiores do que esta. Além disto, sua estrutura interna de madeira é composta por lâmpadas florescente o que esquenta muito (pra caramba!) Mesmo no inverno, eu suava horrores.


Visualização apenas da mesa de luz

        Desembalei com muito cuidado meu novo “brinquedo de adulto” que estava muito bem embalado. Dentro da caixa havia a “mesa” de luz, plug para rede elétrica bi volt, e uma caixinha branca. Esta caixinha branca possui um acessório que se encaixado na parte de alimentação elétrica funciona com um controle de intensidade luminosa (A-do-rei!). Isto fez muita falta na mesa de luz que usava porque, dependendo da gramatura do papel, a intensidade da luz não permitia ter consciência do meu traço, predominando a imagem a ser finalizada. Às vezes eu desligava a luz da mesa para observar o andamento do meu trabalho.


Visualização da lateral da mesa para
 evidenciar sua espessura.
         É super fina! Um jogo de chapas de vidro com malha de LEDs na cor branca. Produzido pela Küelox e importado pela ArtCamargo, é incrível sua leveza (dá até medo de manusear). Possui no seu acabamento marcações milimetradas formando réguas na vertical e horizontal, o que auxilia bastante em alguns trabalhos.

        Eu escolhi este produto porque minha espaço onde trabalho é pequeno e esta mesa sendo leve e fina, coloco-a sobre minha mesa tipo prancheta móvel da Trident (minha prancheta é deste modelo também por uma questão espacial).


Küelox: fabricante desta maravilha.

       Pelo pouco que a utilizei, não esquenta como a minha mesa de luz antiga, seu sistema regulador de intensidade luminosa é prático e eficiente. Levíssima e fininha. Guardo-a na parte de trás da prancheta quando não a uso com muita facilidade e praticidade. 

         Estou muito satisfeita e recomendo!

       Sem mais demoras, quero agradecer ao Studio Made in PB e a Space Goat Productions que acreditam no meu trabalho como desenhista e responsável indireta pela aquisição deste meu presente de Natal; agradecer à Art Camargo pela seriedade, atenção e compromisso com o consumidor.

Boas Festas!

Para saber mais sobre nós do Studio Made in PB, acesse: 
http://studiomadeinpb.wordpress.com/

Não sabe o que é a Space Goat Productions? Faça uma visita ao site: http://www.spacegoatproductions.com/

Ficou interessado neste produto? Acesse o site da Art Camargo: 


Mais imagens para melhor visualização da Mesa de Luz Profissional Criativo LED:


Demais acessórios do produto

Dentro da caixinha branca, sistema para regular intensidade da luz

Close do sistema regulador de intensidade luminosa

Ao girar o botão você aumenta e diminui a intensidade luminosa

Detalhe dos acessórios

Detalhe do encaixe do plug regulador de luminosidade do plug da tomada

Detalhe do encaixe do plug regulador de luminosidade do plug de alimentação elétrica da mesa

Mesa de luz sobre a prancheta desligada

Mesa de luz ligada com luminosidade baixa

Mesa de luz ligada com luminosidade média

Mesa de luz ligada com luminosidade alta














segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Utilizando o papel como elemento predominante da imagem

Materiais e ferramentas utilizados na confecção da imagem
Existem inúmeros tipos de papéis, com cores, texturas e gramaturas diferentes. Uns para materiais específicos e outros para os mais diversos fins. Um deles é o papel kraft. Papel bastante resistente que visualmente poderemos usar a nosso favor nas composições onde os tons ocre são predominantes.

Recentemente fiz um desenho da Vixen (personagem da Liga da Justiça) cujo kraft foi excelente na composição! Além de auxiliar nas cores em geral, contribuiu bastante para a temática africana da personagem. Utilizei vários materiais e técnicas de desenho para assim obter resultado visual que almejava. Diferente de outras versões dela que pesquisei, eu evidenciei suas características africanas no rosto.


Papel kraft é composto de fibra de celulose de polpa de madeiras macias. Sua característica é rústica por conservar as cores e fibras naturais. Este papel é base para produção de caixas, sacolas e embalagens em geral.  Algumas de sua características a considerar para uso deste papel pra desenhar são:

1. Textura áspera o que é bom na fixação de alguns materiais secos porém, de baixa fixação para outros; exige força para alcançar determinados tons fortes.

2. Possui forte textura o que pode ser positivo ou negativo para o desenho dependendo do resultado visual que almeja.

3. Tolerância média para materiais aguados como aquarela e nanquim.



Vixen é personagem da editora DC Comics que participou do Esquadrão Suicida e atualmente está na Liga da Justiça. De origem africana radicada nos Estados Unidos, Vixen invoca os poderes do toten do guerreiro Tantu que é passado de geração pra geração e ela o utiliza para estabelecer a ordem e a paz.



Estas imagens a seguir foram selecionadas como referências do estudo da personagem e composição; não fixei em nenhum padrão de uma imagem ou da outra  por haver variações sigificativas. Criei um que seleciona particularidades de sua origem e focando na personalidade que ela representa.

1ª Fase: Desenhando com grafite:



Sobre a folha de papel kraft tamanho A3 com gramatura de 200 g/m², esbocei a personagem numa posição de ataque para explorar a dinâmica. Deixei-a em primeiro plano ocupando toda a cena. Utilizei lapiseira Pentel 0.7, borracha branca  da Mercur.  Para colorir optei por lápis de cor da marca Faber-Castell. Como falei anteriormente, para alguns materiais secos  a aspereza do kraft não é bom.Um deles é o grafite, que não fixa bem. É excelente para esboçar e apagar. Por isso fiz uma arte final com canetas nanquim. Assim as linhas gerais do desenho permanecerão nítidas.




2ª Fase: arte final com canetas nanquim:

Canetas nanquim descartáveis tem na sua constituição um pouco a mais de álcool e o preto não fica tão preto sobre o papel kraft. Diferente do grafite, canetas nanquim fixa muito bem, porém sua nitidez é pouca. Usei canetas nanquim de ponta porosa da Steadtler de diversas espessuras e no padrão: detalhes e linhas internas pontas mais finas e contornos e linhas externas  pontas mais grossas.
Estas canetas são de ponta porosa e descartáveis. Há canetas nanquim recarregáveis porém, com pontas de metal que requer certo domínio técnico para utilizá-las. São chamadas canetas´para desenho técnico. Sua ponta é de metal o que obriga o desenhista a ter traço leve.

3ª Fase: Aplicando aquarela:
1ª REGRA DE OURO:
Teste os materiais antes de aplicar na imagem. Evite o arrependimento.
2ª REGRA DE OURO:
Faça primeiro o cenário antes de fazer a figura! Principalmente se for materiais aguados. Para aquarela e guache preencha as formas antes de fazer os contornos.
Como a proposta é utilizar o papel na composição, a paleta escolhida e a personagem reduzirá e muito a busca pelos tons. Para a área que representa o céu apliquei camadas de aquarela no tom amarelo palha que criei acrescentando branco ao ocre. Para as áreas de terra (montes, plantas, animais e planície) apliquei camadas de marrom sépia que crie misturando marrom e preto.

Usei pincéis da marca Tigre, série Pictore, referência 182 e de números 06, 12  e  24.

Você já se perguntou por que aquarela é um material de desenho e não de pintura? Porque seu princípio técnico é o mesmo do desenho: sobreposição de camadas. Quanto mais camadas, mais forte ficará o tom. Porém, para que seu efeito seja notório, espere secar bem uma camada antes de aplicar a segunda e assim sucessivamente. Para criar a ilusão de profundidade, apliquei tons mais claros próximo ao céu e mais escuros próximo a personagem.
Portanto, ao escolher o material aquarela para seus desenhos, aplique uma camada de aquarela no tom escolhido em toda a superfície de maneira uniforme e espere secar totalmente. Após secagem, aplique nova camada de maneira uniforme apenas onde pretendes que os tons fiquem mais escuros. Espere secar novamente esta segunda camada. E aplique sucetivamente, respeitando os intervalos de secagem, para atingir os tons e criar efeitos de volume, luz e sombra no desenho.

4ª Fase: lápis de cor

Etapa que somente a pele está colorida


Comecei pela pele morena de nossa personagem; o tom do papel kraft auxiliou bastante no alcance dos tons que eu almejava.  Utilizei o lápis de cor marrom de número 076 como cor base. Onde era mais claro, apliquei menos camadas; onde a sombra natural era mais forte, apliquei mais camadas. Para suavizar a textura do papel usei o amarelo ocre, lápis de número 083 (cor muito semelhante a do papel) Para as sombras projetadas usei o lápis de número 075. Para ‘pesar’ as sombras, apliquei lápis preto 099. 
Apliquei camadas suaves para não exceder o tom de pele que almejava. Fui intercalando camadas do marrom base com outros tons; os mais claros nas zonas de luz e os mais escuros nas zonas de sombra natural e sombra projetada da figura. 
Aplique lápis de cor branco nos olhos e acessórios. O que dá um efeito muito bom sobre o papel kraft. Na coloração dos lábios utilizei lápis de tons laranja de número 009 e 013. Para  roupa, usei os mesmos lápis acrescidos de amarelo ocre 083, amarelo ouro 007, marrom 075 e preto 099. Aplicando a técnica de sobreposição de camadas, na base escolhi o laranja 009; para sombra natural usei o laranja 013 e sombras projetadas o marrom 075.  Semelhante ao lápis grafite, o lápis de cor não fixa facilmente; requer uso de força para atingir alguns tons. Os brincos, pingente e zipper, eu colori com aquarela de maneira uniforme e fiz a variação de tons aplicando lápis de cor amarelo 007, criando efeito de brilho e volume. 
Para as áreas onde a sombra faz-se mais presente do que a luz modifiquei o processo de coloração com lápis de cor. Comecei pelas sombras usando o marrom 075. Obedecendo a volumetria e direção da luz. 
Detalhe das camadas de lápis de cor e tons de coloração
Após isto, apliquei a cor base escolhida: laranja 009 com determinada força para atingir o tom que buscava.
E por último apliquei ocre 083 na parte mais clara e preto 099 para acentuar os extremos das sombras. 
Imagem após aplicação do lápis de cor

5ª Fase: retocando o nanquim

Como eu disse anteriormente, as canetas nanquim fixam bem, mas sua intensidade é baixa. Assim, é necessário aplicar mais nanquim.
 Ao lado da caneta, está o nanquim aplicado com canetas sobre o papel kraft.
Ao lado do pincel o nanquim aplicado com o pincel sobre o papel kraft.
Para retocar o nanquim, usei pincel da marca Condor nº 02 referência 422. Este pincel é muito bom para delinear e escrever por possui pêlo longo.
Eu utilizo nanquim profissional da Steadtler apesar do pote apresentar outra marca. (nanquim profissional da Steadtler  sua embalagem é uma bisnaga e eu prefiro utilizar o nanquim num pote  porque  é mais fácil e evita o desperdício).
Onde há necessidade de uma linha uniforme como as das canetas nanquim mas é necessário nanquim liquido, usei bicos de pena da marca britânica Leonardt 63.5 .  Esta tem a ponta curva como uma meia lua, muito boa para a escrita e seu traço é macio. Agradável de usar. 
Há vários tipos de pontas para bicos de pena que poderemos obter diversas linhas e expressões. Eu possuo uma haste onde encaixo a pena mais adequada para o resultado visual que busco.
Hastes e penas da Leonardt England

6ª Fase: finalizando com verniz.
Depois de finalizado o desenho, esperei secar para aplicar verniz, para melhor conservação e total fixação do lápis de cor.
Eu utilizo o verniz  fixador em spray da Acrilex Fosco – Mate  10972. Muito cuidado ao aplicá-lo! É tóxico e inflamável.

Vixen - desenho com técnicas mistas sobre papel kraft



Espero que tenham gostado e aprendido um pouco sobre desenho e suas diversas técnicas e materiais!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

AGOSTO PRA TUDO 2012

Caros seguidores,

Primeiramente, perdoe-me o sumiço.

Porém, volto agora com uma novidade que me deixa muito alegre. Mais uma participação no evento Agosto Pra Tudo da República dos Quadrinhos!

É uma história em quadrinhos curta que se chama Blue Hair.


Blue Hair nasceu despretensiosa; era apenas uma jovem de cabelos longos desenhada por Izaac Brito cujo cenário foi criado por Alberto Pessoa num sketchbook. E os dois começaram a imaginar a história daquela jovem de longos cabelos azuis. E seguiram desenhando em cada página do sketchbook, os quadros de outros momentos desta história.

A história parou pela semelhança com Enrolados, animação da Disney, pela verosimilhança das histórias com a da Rapunzel. Mas Blue Hair era diferente: ela não estava presa numa torre apenas a espera de um príncipe encantado. Ela tem personalidade, ela tem um ideal.

Depois de finalizada, Blue Hair chegou as minhas mãos, para ser colorida. Com lápis de cor, comecei a preencher os quadros com a temática e, posteriormente, após tomar conhecimento do enredo, desenvolvi o diálogo e apliquei os balões, seguindo a proposta de Izaac Brito e Alberto Pessoa.

E Américo Gomes, desenvolveu arte para a capa unindo todos os elementos da narrativa.

Eis Blue Hair.

Uma princesa moderna que busca seu ideal além de um mero romance. Com a determinação das novas mulheres, das princesas moderna.

Blue Hair traz um questão: até onde está o limite entre determinação e teimosia? Onde está a liberdade de escolha e a prisão de nossas idéias?

Estas questões cada leitor deve responder.

Tenha uma breve e agradável leitura.

Link para leitura on line na issuu.com:

http://issuu.com/palomadiniz/docs/blue_hair_pdf


Link no site da República dos Quadrinho:

http://rquadrinhos.blogspot.com.br/2012/08/agosto-pra-tudo-2-blue-hair.html


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Jonas Trindade. Profissão: Arte Finalista. (porque alguém tem que terminar o desenho)

Publicado anteriormente no Farrazine #25.

          Posso falar com conhecimento de causa: apesar de ter feito apenas 02 testes, posso afirmar: ser arte finalista é complicado! PUTA QUE PARIU! Esse negócio de que ser arte finalista é fácil, basta apenas cobrir de preto os desenhos... Isto é uma das maiores inverdades que conheço. E outro detalhe: ser arte finalista é uma etapa necessária na produção dos quadrinhos periódicos, cujos profissionais não são devidamente reconhecido do ponto de vista do mérito profissional e pouco conhecidos pela população em geral. Analisando o processo, arte final é tão necessária como a função do argumentista, roteirista, desenhista, colorista, balonista e letreirista (e colocar letreiro e balão é outro ofício desvalorizado).
            Enfim... Em defesa dos artes finalistas, convidei para uma entrevista Jonas Trindade atualmente agencia do pela Space Goat que trabalha neste ofício.

Paloma Diniz: Tudo bem, Jonas?
Jonas Trindade: opa \o/
PD: Antes de quaisquer outras perguntas, por favor, fale sobre o processo de arte final.
JT: Bem o processo em si começar, pelo menos para mim, de duas formas: ou imprimindo a página, ou fazendo sobre o original a lápis; feito isso, eu analiso todas as páginas e antes mesmo de finalizá-la - eu já faço isso mentalmente – eu estudo qual a melhor forma de separar os planos, como trabalhar as texturas, aonde eu posso acrescentar algo do meu desenho porque arte finalista tem que saber desenhar; um arte finalista de destaque é um desenhista também. Depois de toda a análise, eu escolho qual ferramenta usar: pincel, bico de pena, caneta nanquim descartável ou até mesmo caneta técnica.

Desenho de Allan Jeff com arte final de Jonas Trindade
Depois de feita a página eu digitalizo ela em três (03) partes isso se for um A3 inteiro se for separada em partes de A4. Isso ocorre quase sempre porque geralmente eu imprimo as páginas, eu faço toda a parte de ajuste no photoshop. Primeiro eu monto a página, depois limpo o canal da cor que foi impressa a página; eu uso azul como cor base pra imprimir o lápis, ah sim! Importante: sempre que recebo o arquivo eu passo ele de cinza para azul, bem feito to do processo do scan, eu ajusto os níveis da página e deixo as linhas com mais texturas; passo para o formato bitmap e salvo em Tiff zipado para ser enviado para o colorista. O arquivo em TIFF zipado permite reduzir o peso do arquivo sem interferir na qualidade do mesmo; eu faço todos os meus scans com 600 dpis de resolução, salvo nesse formato primeiro o que chamamos de arquivo em alta e depois eu passo pra tons de cinza e salva em JPEG bem leve o que chamamos arquivo em baixa que vai para o editor aprovar. Nunca mandem arquivos gigantes para o editor aprovar.
Página teste de arte final de Jonas Trindade para Birds of Prey

PD: Como você se tornou arte finalista?
JT: Bem, foi engraçado, pois estudei como Guilherme Balbi, meu amigo e desenhista de quadrinhos; nessa época vi meu professor arte finalizar um desenho e fui fisgado, parei e falei vou ser “inker”; meus primeiros traços com pincel foram sobre desenhos do Balbi nessa época isso em 2004. Depois disso fui aprimorando minha técnica; hoje eu sei usar praticamente de tudo para fazer arte final.
PD: Eu já escutei comentários afirmando que a profissão de arte finalista estava se extinguindo. Qual a sua opinião sobre esta afirmação?
JT: olha é quase que impossível a profissão acabar, mesmo porque nem todos os desenhistas sabem fazer um lápis limpo e certinho, hoje a muitos recursos como fazer a arte final digital ou tentar escurecer o traço, mas mesmo assim é inferior ao bom e velho pincel, é claro se você souber usar uma mesa gráfica bem conseguirá finalizar como se estivesse usando um pincel, mas acabar não eu duvido, pode haver novas formas de se finalizar o desenho, mas sumir nunca.
A esquerda, página do Hulk  apenas no lápis, e a direitas, arte finalizada por Jonas Trindade

PD: Quais são as ferramentas para fazer uma boa arte final?
JT: Primeiro saber desenhar bem; todo arte finalista de destaque sabe desenhar.  Segundo não ter medo de experimentar novas técnicas ser humilde e escutar as boas e, mas críticas e entender que tudo tem sua hora; isso de forma resumida.
PD: Vamos falar um pouco sobre você. Fale sobre Jonas Trindade.
JT: Mineiro da cidade de Contagem próximo a BH, solteiro, 30 anos (risos), arte finalista de Comics, pescador inveterado, de poucas palavras, sempre podendo estende a mão pra ajudar, mas não se enganem como todo bom mineiro e muito desconfiado.
PD: Como foi que você interessou-se pelo universo dos quadrinhos?
JT: foi de moleque com quadrinhos da Monica aliás, todo mundo começa lendo Monica (risos). Depois disso arrumei umas HQs de terror da hora do pesadelo desenhadas pelo Alfredo Alcala, antigo isso... e ai, eu fui me interessando por quadrinhos de super heróis, mas na época eu já lia Raça das Trevas do Clive Baker entre outros tipos de publicação, mas foi bem natural agora migrar de fã pra trabalhar com isso. Foi um pouco mais tarde, quando a Editora Image invadiu o Brasil, e se tinha mais informação de quadrinhos, muitas delas publicadas pela extinta revista Wizard. O bacana é que naquele tempo eu lia uma matéria sobre quadrinistas brasileiros fazendo comics pros EUA; se não me enganou foi na época quero Marcelo Campos entrou nossa achei a notícia fantástica depois vieram Deodato Jr., Roger Cruz e outros mais, mas não se tinha uma estrutura pra iniciar novos artistas.
PD: Cite algumas HQs que você trabalhou e no que você está trabalhando em que quadrinhos atualmente?
JT: Já trabalhei pra revista Elders of Runestone, Red tornado DC Comics, Nick Fury Marvel, Transformers Editora IDW, Teen Titans da DC Comics, entre outras. Atualmente estou trabalhando como Allan Jefferson na HQ Devil is Due in Dreary e vou iniciar um pra Dark Horse.  O da Dark Horse ainda não pode falar.
Trabalho atual de Jonas Trindade juntamente com Allan Jeff

PD: você pretende trabalhar como desenhista? Ou melhorar-se e continuar como arte finalista?
JT: olha tudo dando certo eu viro desenhista (na etapa de criação da história), mas até eu me acertar, eu continuarei com as inks, como meu processo de arte final tá mais adiantado agora, é ir estudando desenho aos poucos.
PD: Você está no FIQ por estes dias? Você encontrou outros arte finalistas?
JT: Eu estive lá todos os dias.  Foi muitoooooooooooooooooo fodaaaaa, conheci muita gente praticamente todos os meus amigos novos da web e mais uma pancada de profissionais da área; só tinha nego foda lá! Poxa Paloma você ia pirar, viu? Encontrei lá meus amigos que trabalham como arte finalistas Eber Ferreira e Julio Ferreira (e olhe que eles não parentes! (risos). Tinha no 7º FIQ, um estúdio ao vivo aonde podíamos ir e trabalhar um pouco mostrar partes do processo pra galera que vinha ao evento poder ver como é feito uma HQ.
Galera reunida no F.I.Q. em Belo Horizonte.

PD: Você tem acompanhado a produção brasileira de quadrinhos?
JT: um pouco; nesta edição do FIQ tinha muitos independentes; inclusive eu recomendo a trilogia, dos meus amigos do Sul. O fanzine Supreme do João Azeitona, Mateus Santo Louco e Walter Pax.
PD: E pra finalizar: sofres do mal que aflige os desenhistas: você tem escoliose?
JT: hahahahaha... Se eu tenho, eu nem sei, viu? Mas as costas doem depois de um tempo trabalhando; preciso me movimentar mais (risos).
Agradecimentos:
À Caroline de Góes pelas belas fotos do FIQ 2011em seu facebook.
A Kare Hedebrand que também postou belas fotos do FIQ 2011 no seu facebook.
Blog do Jonas: http://luqkhyjonas.blogspot.com/
Outra entrevista dele: http://www.multiversodc.com/v2/2008/12/novos-talentos-jonas-trindade/