domingo, 25 de setembro de 2011

O Furacão chamado Sama passou por Jampa

          Cineport 2009, num dos dias do evento, um dos convidados para 4ª edição que estava presente pela participação num dos filmes do festival, aproximou-se do stand de quadrinhos de Manassés e perguntou:
- E ai? Como estão as vendas dos Irmãos Grimm em Quadrinhos?
- Está bem, é um álbum de qualidade e tem recebido boas críticas - repondeu Manassés.
- Eu participei dele, fiz a adaptação do conto do Rei Barbicha...
           E foi assim que começou esta balada...
         Este participante do 4º Cineport aqui em João Pessoa no ano de 2009, chama-se Eduardo Filipe, mais conhecido por Sama, estava pela primeira vez nesta terras; após este diálogo inusitado e de muitas surpresas, ele aceito o convite para participar do Comic Show, programa independente realizado por Daslei Ribeiro, Audaci Jr, Renato Félix, Samuel de Góes e Manassés Filho. Pena que por problemas técnicos este episódio não foi ao ar.
          Eu tive o primeiro contato com o Sama na tarde desta gravação. Como naquele período eu namorava Daslei Ribeiro - idealizador do programa, responsável pela captação e edição de vídeo do programa - invadi o 'set' de filmagem que era a Comic House.
          Foi uma tarde muito agradável, onde conheci uma figura impar.

Da esquerda para direita: Manassés, Audaci Jr, Sama, Daslei e Renato Félix.
          Nascido em Minas Gerais, cresceu em São Paulo e começou a trabalhar no Rio. Estudou teatro no Tablado, Jornalismo na FACHA e artes plásticas na EAV - Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Como ator, trabalhou nas novelas Top Model (1989) com o personagem Gaspar na fase jovem, na minissérie Riacho Doce(1990) no papel de Chico, A Viagem (1994) como Dedé, e A Próxima Vítima (1995) como o personagem Julio, da Rede Globo. No teatro, atuou em O Ateneu, Os 12 trabalhos de Hércules e Adoráveis Picaretas, esta de sua própria autoria. No cinema, protagonizou Era uma Vez, de Arturo Uranga e o média-metragem A Cartomante (Filme vencedor do 1º Festival Ver e Fazer Cineport realizado pela equipe da UFMG).

O Sama fazendo um desenho para o Comic Show aquarelado com coca-cola!?!
          Sama é um artista multimídia. Quadrinista, artista plástico, ator, cenógarfo, DJ por curtir o som das baladas desde a adolescência (período em que participou de uma banda de rock antes do exército cortar seus cabelos), ilustrador, diretor de fotografia, chargista... e o que mais ele quiser ser.

Eu, Audaci Jr, Renato Félix, Sama, Manassés e Samuel na Comic House em 2009

          Naquele visita por João Pessoa, lembro-me do Sama ter comentado de que estava fazendo sua primeira produção independente após publicar em álbuns com histórias em quadrinhos coletivas como Irmãos Grimm em Quadrinhos, Golden Shower, na sessão de quadrinhos da revista Piauí, dentre outros. O nome desta produção se chamava A Balada de Johnny Furacão, conto inspirado numa canção do Erasmo Carlos que ele escutou na infância. E nesta mesma tarde, aceitou o convite de Manassés para fazer o lançamento em uma noite de autógrafos desta edição que ele estava a produzir.

Vídeo do programa Metrópolis da TV Cultura onde o Sama fala da produção 
da Balada de Johnny Furacão

       E em 2011, o Furacão chamado Sama chegou a Jampa para a 5ª Edição do Cineport, agora como quadrinista para registra pela linguagem dos quadrinhos este festival do cinema de lingua portuguesa. E cumpriu sua promessa feita em 2009.
        Na última quinta-feira, dia 22 de setembro, o Sama chegou ao Centro de Cultura Zarinha para palestrar às 19:00h, sobre sua experiência e falar sobre suas produções.

O Sama no auditório do Centro de Cultura Zarinha

      Neste dia reencontrei o Sama que lembrou-se de mim; senti-me honrada pois nosso contato foi curtíssimo e conversamos pouquíssimo naquela ocasião há dois anos atrás. Conversamos sobre quadrinho - pra variar - por uns 15 minutos antes de subirmos para o auditório onde aconteceu a palestra.
        Na palestra, ele se apresentou, falou sobre sua vida, suas inspirações e seus trabalhos.
       Mostrou algumas desenhos da produção de arte postal chamada Road (S)trip que ele e outros amigos artistas plásticos e quadrinistas confeccionam artesanalmente e enviam pelos Correios pelo Brasil e o mundo. Que em breve, será publicada.

Sama exibindo um dos postais da série Road (S)trip
       O Sama também mostrou algumas de suas produções como artista plástico, dentre estas, a sua polêmica apropriação do símbolo do Bradesco ganhadora do Prêmio do Salão Carioca de Humor de 2004. Ele havia primeiramente feito um ready made desta imagem para uma exposição de arte contemporânea de um salão do Rio com abaixo do símbolo escrito: Seguro? Que foi rejeitada e tida como de péssimo gosto; em meio a sua revolta, ele substituiu a frase de baixo pela palavra Bin Laden e inscreveu a mesma obra no Salão de Humor Carioca como forma de protesto e o final da história, você já sabe...

 
         Na sexta-feira, dia 23 de setembro de 2011, ocorreu na Comic House a noite de autógrafos da Balada de Johnny Furacão. Eu não perdi a oportunidade de adquirir o meu autografado.  Como sempre, o Sama chegou com a sua tranquilidade típica e, atento e alegre a todos que aproximavam para conversar ou adquirir seu exemplar autografado.
Eu e o Sama
        Houve o reencontro dos amigos desta pacata cidade litorânea como o Sama , para prestigiar esta balada, Audaci Jr, Samuel de Góes e Daslei Ribeiro. 
Reunidos novamente: Audaci Jr, Samuel, Daslei, Manassés e o Sama
          Nesta noite compareceu também Mikael de la Fuente, diretor da Aliança Francesa de João Pessoa, que veio conhecer o Sama, adquirir o seu autografado e contar uma novidade: a visita de um quadrinista francês por aqui em outubro ( eu sei que é, mas não vou fala).

O Sama e Mikael de la Fuente
          Esteve também, meu querido João Mário - que como eu, é membro do Studio Made in PB onde lecionamos e desenhamos - e sua adorável namorada Graciele, para prestigiar a ocasião e adquirir tabém seu exemplar devidamente autografado.
João Mário a espera do seu autógrafo
            Neste quadrinho totalmente escrito e desenhado por Eduardo Filipe, tem o formato de 16x23 cm, em couchê com um delicioso cheiro de tinta ( perdoe-me os termos mas o vício de cheirar papel é maior), com 146 páginas todas desenhadas de forma deliberada com muito nanquim, A Balada de Johnny Furacão narra a história de três amigos numa jordana ....
Parafraseado a dedicatória de contra capa da edição escrita por Selton Melo: 
          " A Balada de Johnny Furacão traz a sofisticação do Sama para os olhos de quem nunca teve a oportunidade de apreciar seu trabalho de artesão de histórias. Essa novela gráfica tem cheiro de estrada...
          O leitor tem em suas mãos um produto manufaturado de alta voltagem. Coloque o som num volume acentuado, aperte o cinto e tenha uma boa viagem."
        Este é o espírito da balada que você devora as páginas rapidamente. E nela há um momento de surrealismo impar que deixa você com a mente bagunçada como se passasse um furacão na sua vista, diante do desenrolar desta história.
          Aguardemos o retorno do Sama para mais uma história em forma de HQ, ou um filme, um clip, uma pintura, um mural, a discotecagem de um som, uma boa companhia, uma boa conversa, coisas a ensinar...Como ele está registrando em forma de quadrinhos o Cineport, quem sabe ele não fará outra sessão de autógrafos no lançamento na 6ª edição do evento?
          João Pessoa nunca mais será a mesma após a passagem deste furacão chamado Sama e sua Balada de um rapaz chamado Johnny. 

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